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  Eixo Combate à Violência

Sobre a pesquisadora

Venho de uma família da periferia de São Carlos. Das amigas da infância, sou a única que conseguiu estudar em universidade pública, fruto de muito esforço e de alguns fatores que não deveriam ser "facilitadores", mas, foram como o fato de ser branca, cis gênero e ter uma família estruturada. Essa vivência particular me colocou em contato com as primeiras questões de direitos humanos, o que me levou a escolher o Direito como primeira formação. Sempre me interessei pela educação como instrumento de transformações sociais e sou uma entusiasta das pesquisas como instrumentos de intervenções sociais, políticas e econômicas. Na primeira graduação participei do Núcleo de Estudos de Direito Alternativo da UNESP, atuando, sobretudo, nas linhas de pesquisa e extensão voltadas à efetividade de direitos humanos. Iniciei a atuação profissional como advogada, principalmente, defendendo trabalhadores rurais, mas também atendendo pessoas carentes em convênio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Lembro-me do coração batendo forte ao conseguir uma ordem judicial em favor de uma mãe para busca e apreensão (executada com oficial de justiça e força policial) de uma criança cujo pai havia levado para casa à revelia da mãe e negava-se a entregá-la, sendo esta a primeira de algumas causas que me tocaram e me transformam pessoal e profissionalmente. De forma paralela à advocacia, eu atuava como professora de inglês o que me levou à segunda graduação (Letras na UFSCar), a qual realizei em concomitância com a Especialização em Direito Constitucional. Em 2005, passei a atuar como assessora jurídica na UFSCar em colaboração com a Procuradoria Jurídica (AGU), mudando a área profissional de atuação, passando a trabalhar mais com o direito público relacionado a todo o funcionamento da universidade, o que me permitiu aprendizagem sobre uma plêiade de questões da educação superior, de convênios internacionais de pesquisas a questões trabalhistas decorrentes de contratos de terceirização de mão de obra. Ao me tornar mãe, passei a procurar mais estabilidade e passei em um concurso para secretária executiva bilingue na UFSCar, alocada na Pró-Reitoria de Administração dessa mesma instituição na qual eu trabalhava como colaboradora há cerca de dez anos. Atualmente estou Pró-Reitora de Administração da UFSCar, cargo que ocupei em 2016 e voltei a ocupar de 2021 até a presente data. Nesses malabarismos de conciliar trabalho, maternidade e outras questões femininas, ingressei no mestrado e redescobri a dor e a delícia de ser pesquisadora, tendo concluído o mestrado com a realização de pesquisa que envolve o papel da universidade para a consecução de alguns objetivos desenvolvimento sustentável da Agenda 2030. Contudo, como as questões de gênero, de direitos humanos e de todos os objetivos de desenvolvimento sustentável para os quais a universidade pode e deve contribuir continuam a reverberar na minha cabeça, eis me aqui nesse grupo do Observatório Mulheres com muito prazer e disposição para aprender e contribuir .